quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Chamados por Amor

Há alguns dias venho ouvindo uma bela música cujo título é “Por Amor”, cantada por um grupo adventista chamado Novo Tom. A letra dessa canção fala do sacrifício de Jesus Cristo e relembra-nos de que tudo o que Ele sofreu não foi sem um porquê; foi por amor a nós.

Num dado momento, o letrista nos diz:

“Todo aquele que crer, enfim,
Não despreze o convite, hoje vem a Mim

De qualquer forma, em qualquer lugar
Novo rumo pra vida vai encontrar

Nesse amor”.

Quando escutei esse trecho, lembrei-me de um momento crucial na vida de Jesus Cristo: A escolha dos discípulos. Esse momento era importante porque Jesus iria escolher aqueles que o acompanhariam no seu ministério e aprenderiam com Ele. O evangelista Mateus nos conta assim uma parte dessa história:

“E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles, deixando logo as redes, seguiram-no. E adiantando-se dali, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com Zebedeu, seu pai, consertando as redes; e chamou-os. Eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no” (Mateus 4.18-22).

Olhe para Pedro, André, Tiago e João; o que você vê? Chefes de gabinete romanos? Deputados provinciais? Presidentes de ONG’s ambientalistas da Galiléia? Não! O que você são simples pescadores. Porém, não são pescadores prontos para uma festa, trajando suas melhores roupas e com odor apreciável; são pescadores mal vestidos, suados e cheirando a peixe fresquinho.

Diante de tal imagem (e aroma), Jesus teve a brilhante idéia de lhes fazer um convite. Não para lutarem contra o aquecimento global, mas para serem “pescadores de homens. Ele queria discípulos e, pelo visto, foi compreendido. Mas há um detalhe nessa história que me faz pensar. Não seria melhor aqueles homens tomarem um bom banho antes de seguir Jesus? Afinal de contas, Ele era um “Mestre”, não outro pescador da vila. Sabonete e desodorante seriam bem úteis naquele momento.

Não. Aqueles homens não se importaram se iriam agredir o olfato de Jesus, muito menos se Ele não se incomodaria com as roupas deles. Eles simplesmente deixaram suas redes de lado e o seguiram como estavam.

Que bom seria se todos fizéssemos o mesmo. Muitas vezes, ouvimos pessoas dizerem que só seguirão a Jesus quando abandonarem algo que as prende, algum pecado. E o pior: alguns filhos de Deus, que já confessaram a Jesus como seu Salvador, em alguns momentos de falhas, tentam por seus próprios esforços “melhorar sua situação” diante de Deus. Pode acreditar: nunca conseguirão.

A única coisa a fazer quando estamos sujos, maltrapilhos e fedendo a pecado “fresquinho” é aceitar o convite do Mestre. Jesus sabia que eles estavam sujos, mas chamou-os assim mesmo. Jesus estava cônscio de que, a princípio, a companhia daqueles homens poderia não ser agradável, mas chamou-os assim mesmo. Da mesma forma, Ele sabe das nossas fraquezas, Ele assiste com tristeza às nossas transgressões, Ele conhece o odor fétido dos nossos pecados, mas, assim mesmo, Ele continua a nos convidar: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11.28).


Realmente, a mensagem da música cantada pelo Novo Tom continua viva. Esse amor imensurável de Cristo dará um novo rumo (cf. 2 Coríntios 5.17) para a vida de todo aquele que crer (cf. João 3.16). Não somos nós, pelos nossos méritos, que conseguiremos mudar nossa vida, mas Ele o fará.


Por isso, podemos, “de qualquer forma, em qualquer lugar”, aceitar o convite que nos é feito... Por amor.