sexta-feira, 23 de maio de 2008

Um Barquinho de Pesca e um Ensinamento

Escrevi este texto em fevereiro de 2005, mas o seu ensinamento permanece atual; por isso, estou publicando-o aqui.
Neste exato momento tenho como companheiro de quarto um calendário. Enquanto escrevo estas palavras ele me lembra de que há cinco anos iniciei meu curso superior e, agora, está na hora de concluí-lo.

Olhando para trás, percebo que todos nós somos poços de necessidades. Em determinados momentos de nossas vidas, há sempre algo que realmente importa para nós, fazendo com que as demais coisas tornem-se secundárias.

Há alguns anos (não muitos) o que realmente importava para mim era um bom copo de leite e alguns carrinhos para brincar. No entanto, fui crescendo e o que passou a ser mais importante foi o resultado final na escola (além do copo de leite, é claro!). Em 1999, ingressei no pré-vestibular e o que interessava para mim era uma coisa só: passar. Passei. A partir daí, duas coisas me interessavam: recuperar os cabelos e concluir o curso superior.

Necessidades. Necessidades. Muitas necessidades. E elas não param por aí.

Hoje, acompanhado com o meu calendário, olho para a frente e vejo que o que realmente importa, agora, é conseguir um emprego. Depois, outras necessidades virão. E outras. Outras. E mais outras.

O fato é que sempre temos metas. Sempre há algo importante a se alcançar. Se você dissesse isso a Pedro, ele concordaria.

Pedro olhou para Jesus e o viu numa situação desconfortável. Uma multidão o apertava querendo ouvir a palavra de Deus, junto ao mar da Galiléia (ou lago de Genesaré). Mas Jesus teve uma idéia. Subiu no barco de Pedro e dali começou a ensinar.

Agora, quem se sentia desconfortável era Pedro. Passara a noite toda trabalhando naquele barco e não conseguiu nada; uma piaba sequer. Um Pedro cansado e frustrado talvez estivesse pensando que a única utilidade de seu barco era servir como palanque. Em vez de dezenas de peixes, um pregador de Nazaré. Era tudo o que ele via em seu barco.

Até que Jesus resolveu encerrar o discurso e dirigir-se a Pedro:

“(...) Faze-te ao largo, lançai as vossas redes para pescar.” (Lucas 5.4b).

O pescador não acreditou no que acabara de ouvir. Não pode ser. Porém, o frustrado e descrente Pedro decidiu ser obediente. Era uma obediência do tipo “vou mostrar a ele que não adianta”; mas era obediência.

“Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes.” (v. 5).

O que realmente importava para Pedro naquele momento? Não sei. Mas para Jesus, o mais importante era mostrar a Pedro aquilo que realmente importa. E ele aprendeu a lição.

O que se viu logo em seguida foi uma mescla de alegria e desespero. Pescadores alegres por verem um milagre; e, desesperados, por não saberem como receber um milagre tão grande. Eram muitos peixes. Tantos, que as redes se rasgavam (v. 6). O mesmo barco que serviu para ensinar a palavra de Deus foi usado para demonstrar o seu poder.

Pedro, não conseguindo se conter, caiu aos pés de Jesus.

“Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador.” (v. 8).

Diante do Deus-homem, Pedro reconhece suas debilidades. Diante do Perfeito, todos nós admitimos nossas fraquezas. Assim fez Jó. Quando ele conheceu verdadeiramente o Senhor, pôde declarar:

“Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” (Jó 42.5-6).

Jesus, então, tomou aquele homem cheio de defeitos e transformou-o em pescador de homens. Como pode ser isso? Deus explica dizendo que “o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12.9). Pedro, a partir de então tinha uma missão.

E o que fazer com os peixes? Pedro não estava mais interessado neles. O que realmente importava para ele era cumprir o chamado do Mestre. Por isso, o versículo 11 é tão maravilhoso.

“E arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram.” (v. 11, ênfase minha).

Eles deixaram tudo para seguir Jesus. Deixaram os barcos. Deixaram as redes. Deixaram até mesmo os peixes que tinham acabado de pescar. Quem precisa de peixes quando se tem o Criador deles?

Simão aprendeu a lição. Não sabemos os planos que ele tinha. Comprar uma frota de barcos? Abrir o maior mercado de peixes da Galiléia? Não sabemos. Sabemos apenas que ele deixou tudo para trás. Seus sonhos, ambições, vontades, tudo foi colocado em segundo plano. O que realmente importava era a vontade dEle.

Conosco não é diferente. Se Jesus está em nosso barco, veremos um milagre. E nossa vida mudará completamente, se atendermos ao seu chamado.
E então... O que realmente importa?

sábado, 10 de maio de 2008

Mãe Duas Vezes

Amanhã, será o segundo domingo do mês de maio. Trocando em moeda de dez centavos: Dia das Mães. O dia criado para homenagear aquela que nos colocou no mundo e que, de acordo com a Palavra de Deus, deve ser honrada. Lembremo-nos:

“Honra a teu e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra”. (Efésios 6.2,3).

No que diz respeito a esse assunto, sinto-me um privilegiado, pois tenho a impressão de que recebi de Deus uma mãe duas vezes. Não precisa conferir a frase; você não leu errado. Eu falei que recebi de Deus uma mãe duas vezes.

Nasci há... alguns anos (não precisamos entrar em detalhes). Após uma espera de nove meses dentro de uma barriga quentinha, uma cesariana me mostrou o mundo e ao mundo. Foi exatamente no momento da concepção, no ano de... (deixa pra lá), que Deus me presenteou com minha mãe pela primeira vez. No entanto, a segunda vez foi marcante. E faz exatamente 15 anos.

No dia 10 de maio de 1993, minha mãe foi liberta de um câncer em estágio terminal. A cirurgia foi feita apenas “para constar”, pois o prognóstico não era nada animador. A medicina não tinha solução alguma para o problema dela e a doença parecia soberana. Isso mesmo: parecia. Quando uma perda parecia inevitável, Deus chega com um presente. E era ela mesma. Pela segunda vez, Deus me presenteia com uma mãe. Aquela que voltou para casa para “morrer” junto à família, vive até hoje.

Desta vez, quem parece nascer, ou melhor, renascer é ela. Com certeza, as palavras do pastor Davi ganharam um sentido muito mais vívido: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, (...) tu estás comigo (...)” (Salmos 23.4).

Aproveitando que amanhã é o Dia das Mães, quero reafirmar que sou um afortunado pela mãe que tenho e, principalmente, pelo Deus que tenho, que resolveu me agraciar em dose dupla.
Graças a Deus!