sexta-feira, 10 de abril de 2009

Ter Fé é o Bastante?

A dita “Semana Santa” chegou e, junto com ela, vieram várias demonstrações de fé por parte de muita gente. É impressionante como esses dias têm o poder de mexer com as emoções das pessoas e fazê-las lembrar de algo que durante o restante do ano passa despercebido: a fé. Elas participam de várias celebrações e dão entrevistas para os mais variados jornais contando as graças alcançadas e mostrando suas penitências.

Por falar em penitência, a que mais me chamou a atenção foi aquela escolhida por alguns homens nas Filipinas, que resolveram imitar Cristo mais até do que Paulo nos ensina (cf. 1 Coríntios 11.1). Eles carregaram literalmente suas cruzes e, não satisfeitos com isso, foram fixados nelas com pregos de aço nas mãos e nos pés. Não. Eles não morreram, mas sofreram um bocado! O que eles dizem disso? Declaram que é um ato de sacrifício para pedir a Deus algum tipo de bênção.

Que fé! Não podemos ter outra reação ante essas atitudes, a não ser admirar o tamanho da fé desses homens. Não podemos, no entanto, apreciar a qualidade da fé deles. Não basta ter fé; é preciso ter a fé certa. A fé, a respeito da qual o autor da carta aos Hebreus escreve dizendo que sem ela é impossível agradar a Deus, não é qualquer fé. Não podemos achar que Cristo esteja interessado apenas em que o homem creia em algo místico, sobrenatural, pois nisso o diabo também crê, e peca até agora.

A penitência dos homens Filipinos demonstra uma fé inútil, pois anula o que fez o Autor da fé. Subindo em suas cruzes para se sacrificar, aqueles homens tornam vão o que Cristo já fez uma vez por todas. Jesus foi até a cruz para que nós não tivéssemos que passar por esse processo. Ele sofreu para que eu não tivesse que pagar com minha vida, ou com meu sangue, pelos meus próprios pecados; então Ele o fez por mim.

A Páscoa não deve ser para os homens motivo de tristeza ou de penitência. Deve ser mais um momento de relembrar a graça que Deus nos ofereceu em enviar seu Filho ao mundo, para morrer e, assim, pagar um preço que nenhum de nós podia pagar. Deve ser também um momento de rememorarmos que graça não se compra, nem se compensa com sacrifícios, mas simplesmente se recebe com gratidão no coração.


Tenhamos, portanto, a verdadeira fé, que é resumida pelo próprio Jesus quando afirmou que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).