terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Por um Natal Coerente

Devo confessar algo: não sou fã de saladas. Comer verduras nunca foi o meu forte, mas preciso fazê-lo por uma questão de saúde. Por isso mesmo, dificilmente deixo de colocar no prato esses alimentos “coloridos”.

De vez em quando, faço-me de esquecido e, quando minha mãe percebe, a bronca é inevitável. O argumento dela é bom. Ela diz que não entende como posso negligenciar a importância das saladas, pois eu estudei essas coisas. Tenho o conhecimento necessário, mas, às vezes, não ajo de acordo com esse conhecimento.

Incoerente. É assim que se chama esse tipo de comportamento. O médico que, apesar de saber que o cigarro possui substâncias cancerígenas, opta por fumar é incoerente. O professor que ensina a importância das frutas na alimentação, mas que, no intervalo das aulas, ao invés de tomar um suco, pede um refrigerante, também é incoerente. Mas em matéria de incoerência, existe um pessoal que é mestre: são os principais sacerdotes e escribas do capítulo 2 de Mateus.

Após o nascimento de Jesus, Jerusalém recebeu uma visita que a deixou agitada. Magos do Oriente chegam à cidade trazendo na bagagem um questionamento: “Onde está o recém-nascido Rei dos judeus?” (Mateus 2.2). Eles sabiam que o Messias havia chegado ao mundo, mas não tinham idéia de onde encontrá-lo. O propósito deles é claro: “(...) viemos para adorá-lo” (idem).

Herodes, que também estava sobressaltado com a novidade, convocou os principais sacerdotes e escribas do povo para saber o local do nascimento do Cristo. Afinal de contas, eles eram as pessoas mais indicadas para responder questões relativas à lei e aos profetas.

De fato, eles demonstraram competência. Acertaram na mosca:

“Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel” (vv. 5 e 6).

Estranho! A notável competência daqueles homens não produziu neles uma atitude coerente. O seu vasto conhecimento das Escrituras não os fez tomar uma posição lógica.

Herodes enviou os magos a Belém (v.8); porém, eles partem sozinhos. Onde estavam os principais sacerdotes e escribas? Não sei. Só sei que eles não viajaram com os magos. Isso não é incoerente? Eles sabiam o paradeiro do Rei dos reis, mas não moveram uma palha sequer para vê-lo e adorá-lo. Em vez de ouro, incenso e mirra, os “competentes” religiosos ofereciam sua indiferença ao Menino Deus.

E nós? Como temos agido? Ao ver a “estrela-guia” no céu, alegramo-nos “com grande e intenso júbilo” (v.10), ou viramos as costas e seguimos a nossa vida como se nada houvesse acontecido? Caminhamos até Belém, ou acomodamo-nos em Jerusalém?

Há somente uma resposta coerente ao nascimento do Messias. Os magos nos ensinam qual é:

“(...) Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas (...)” (v.11).

Já estamos vivendo a época natalina e, por isso, gostaria de convidar você a tomar a atitude correta.

A Pessoa mais importante do universo nasceu. Como você vai reagir? Sugiro que faça como os magos.

Prostre-se.

Adore.

Oferte sua vida a Ele.


E não se esqueça de comer verduras.

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