sábado, 29 de março de 2008

Deus Chama Você para Ser um Religioso

Todos nós já passamos por uma situação constrangedora. Aquela queda em plena calçada da avenida mais movimentada da cidade; ou aquela pessoa da qual você se aproximou cheio de brincadeiras até perceber que não era quem você estava pensando; ou, ainda, aquela vez em que você trocou o nome da sua namorada exatamente na hora do “eu te amo”. Lembra? Espero que não.

Essas situações enchem-nos daquele mesmo sentimento que invadiu Adão e Eva no momento em que pecaram: vergonha. E é com esse sentimento que quero relatar para você uma situação que vivi.

Caminhando pelo calçadão da praia de Ponta Negra, à noite, passei por duas crianças que, deitadas no chão, dormiam, tentando aquecer-se mutuamente. Pensei comigo que não havia o que fazer. Eu não poderia ajudá-las. Será? Senti-me como aquele sacerdote (ou como o levita) do capítulo 10 de Lucas, que viu o homem caído no caminho e passou de largo (cf. Lucas 10.31,32). Nada fiz para ajudar os meninos.

Refletindo sobre tudo isso, comecei a questionar um determinado discurso que a cada dia torna-se mais comum nos púlpitos das igrejas: “Deus não o chamou para ser um religioso”.

Alguns pregadores tomam por base o fato de, nem o sacerdote, nem o levita haver demonstrado amor para com o homem semimorto, para divulgar a idéia de que você não precisa ser um religioso para fazer a vontade de Deus. O lema atual é: “Diga não à religiosidade e sim a Jesus”. Bonito, não é? Seria, se não houvesse algo sutilmente escondido por trás de tudo isso.

As pessoas não se dão conta de um detalhe importantíssimo: O sacerdote e o levita do texto de Lucas não eram verdadeiramente religiosos. Não? Não. E quem vai explicar-lhe isso é o irmão Tiago:

“A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tiago 1.27).

Se eu ignoro a situação do meu próximo, de fato, não ajo como um seguidor da verdadeira religião. Este é o cerne da questão. Ser um religioso, aos olhos humanos, é ser membro de uma instituição ou igreja. Ser um religioso verdadeiro, aos olhos de Deus, é fazer conforme o ensino de Tiago.

O problema é que há alguns que transformaram o termo “religião” ou “religiosidade” em algo quase pejorativo. E isso é perigoso! É perigoso porque o que está crescendo bem debaixo do nosso nariz é uma geração de crentes que não querem ter compromisso com nada e com ninguém. Eles acham que cumprir os “ritos” de uma igreja fará deles meros religiosos, e não seguidores de Cristo. E, sutilmente, isto vai fazendo com que alguns achem que a instituição “igreja” não possui nenhum papel relevante na sociedade.

Essa geração de que falo preocupa-se tanto com a “parte espiritual” de sua vida, que se esquece do papel social da igreja do Senhor. É imprescindível perceber que, sem me preocupar com o meu próximo, não posso agradar a Deus.

Para alguém ser um verdadeiro religioso, Tiago enumera duas coisas: (1) “visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações” (isto fala do relacionamento da igreja com a sociedade) e (2) “a si mesmo guardar-se incontaminado do mal” (isto fala do relacionamento com Deus). Agora, responda-me: Deus não chamou você para ser um religioso? Claro que sim!

De que adianta falar do amor de Deus, se eu mesmo não demonstro esse amor? Não podemos viver um Evangelho puramente teórico. Cristo deixou-nos o exemplo. Ele não apenas ensinou multidões, mas também as alimentou. Por quê? Porque ele sabia que, na didática divina, o processo de ensino-aprendizagem nunca será completo, sem a parte prática da lição.

Ser um religioso não vai de encontro à vontade de Deus. Pelo contrário, o desejo dEle é que nos mantenhamos incontaminados e que mostremos o amor de Cristo à sociedade. Portanto, igreja, sejamos religiosos! Manifestemos nossas obras para que o mundo reconheça a nossa fé.

No lugar da vergonha, ousadia. No lugar do constrangimento, amor de Deus.

Um comentário:

Anônimo disse...

meu amiguinho!
to passando aqui!
Abração!!!!!!
Rayra