terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Lições da Taça Guanabara

Anteontem, eu estava lendo algumas reportagens num site esportivo e me deparei com uma matéria sobre a vitória do flamengo na Taça Guanabara. Como não sou torcedor de nenhum dos dois times, achei que a matéria não me afetaria, mas me enganei.

O autor da reportagem revelou algumas informações que não soaram muito bem na minha consciência. Ele escreveu que o goleiro do flamengo, antes do primeiro tempo, havia feito orações que, ao que parece, não “funcionaram”, pois ele tomara um gol. Na volta para o segundo tempo, Bruno havia mudado de planos e trocou as orações pela superstição (mudou a camisa que usava). Deu certo – afirmava a reportagem. Bruno não tomou mais nenhum gol.

A nítida relação expressa pela matéria (oração não funciona, superstição sim) me chocou, confesso, pois o que a Palavra de Deus me diz é completamente oposto a isso. Vejamos:

“Longe está o SENHOR dos ímpios, mas escutará a oração dos justos.” (Provérbios 15.29).

“(...) a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tiago 5.16).

O que a Bíblia me mostra é o interesse de Deus em responder as orações dos justos. No entanto, como Ele é Soberano, não vejo obrigatoriedade nisso. Não creio que Deus seja uma versão melhorada do gênio da lâmpada, que está disponível para realizar não apenas três, mas quantos desejos eu tiver. O irmão do Senhor nos adverte:

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tiago 4.3).

Se há algum problema na comunicação entre a criatura e o Criador, ele é gerado por uma falha na criatura, que não sabe pedir. O problema não está nem no Criador nem no canal utilizado – a oração. Se a oração fosse um meio ineficaz de comunicação com Deus, as Escrituras não nos aconselhariam a orar “sem cessar” (cf. 1 Tessalonicenses 5.17).

Talvez o autor da matéria não conheça Ana. Você conhece. Ela não podia ter filhos, mas orou a Deus e foi ouvida; nasceu Samuel. Ela não pendurou uma panela no armador de redes, não guardou três caroços de feijão no guarda-roupa, nem passou a usar rosa-choque todos os dias. Ela reconheceu que foi a oração que fez a diferença:

“Por este menino orava eu (...).” (1 Samuel 1.27 – ênfase minha).

Bruno tinha uma batalha a vencer. Se ele conhecesse o apóstolo Paulo, saberia que a oração é a melhor forma de alcançar a vitória. Escrevendo aos romanos, Paulo diz:

“E rogo-vos, irmãos, (...) que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus.” (Romanos 15.30).

Portanto, nada de superstições! Se formos justos e vivermos a sua vontade, pediremos tudo o que quisermos, e nos será feito (cf. João 15.7). A oração ainda é – e sempre será – suficiente.

Um comentário:

Jessé Haniel disse...

Jesus deve sempre ser nosso primeiro exemplo em cada atitude nossa. Jesus orou!