sábado, 2 de fevereiro de 2008

O "Bloco" de Moisés

Música. Danças. Álcool. Fantasias. Luxúria. “Alegria” (entre aspas, mesmo). Junte todos esses ingredientes e o que você terá? Na mosca! O Carnaval. A festa mais aguardada do ano por aqueles que buscam “alegria”. Cada bloco que prometa doses maiores desse bem precioso. Contentamento. Prazer. É isso o que o carnaval promete. Foi isso o que Moisés e o seu “bloco” encontraram.

Não. Moisés não pulou em Salvador nem desfilou na Sapucaí. No entanto, seu “bloco”, apesar de modesto em número, era de fazer inveja a qualquer um. Vá até o capítulo 24 do livro do Êxodo e você compreenderá.

Deus ordena a Moisés que ele suba até a sua presença e leve consigo a Arão, Nadabe, Abiú e setenta dos anciãos de Israel (v.1). Eles assim o fazem, adoram ao Senhor e o que o Todo-Poderoso lhes proporciona paga qualquer ingresso. Vou deixar que o próprio Moisés narre:

“E viram o Deus de Israel, sob cujos pés havia uma como pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade. Ele não estendeu a mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel; porém eles viram a Deus, e comeram, e beberam.” (vv.10-11).

Fico imaginando se Moisés conhecesse o carnaval. Ele não poderia acreditar que existisse algo mais inútil e passageiro. Na festa divina, se há alguma “avenida”, esta é pavimentada com safira e não com asfalto. Sua alegria não se baseia no álcool, mas na glória de Deus. E todos saem saciados, não com ressaca.

A pseudo-alegria carnavalesca precisa de alguns pré-requisitos: bebida, mulheres (ou homens), drogas. Na confraternização celeste, só a Presença já é satisfatória. Chamou-me a atenção o fato de que Deus “não estendeu a mão” sobre eles. Deus não lhes ofereceu nada além de um vislumbre do céu. Mesmo assim não consigo imaginar nenhum ancião emburrado, fazendo “beicinho” e reclamando: Deus nos trouxe até aqui e vamos voltar com as mãos abanando? Não. Nadabe não praguejou. Arão não saiu chutando as pedras do caminho. Eles estavam saciados. Entrever o Eterno já foi motivo suficiente para uma grande festa.

“(...) e comeram, e beberam.” (v.11).

Tenho uma sugestão para esses dias de “folia”. Enquanto muitos estiverem buscando sua “alegria” atrás dos trios elétricos, busque a Presença. Enquanto o álcool estiver regando a felicidade efêmera da maioria, fixe o olhar na eternidade. Enquanto as drogas e as DST’s se disseminam, coma e beba diante do Pai.

Assim, com certeza, quando todos estiverem cansados e frustrados, você estará saciado.

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